Foi em Julho, só não lembro de que ano.
Juntamos os trocados, fizemos as compras de supermercado, quase tudo pronto para o mais desorganizado acampamento que fiz na vida.
Julho é frio. Cadê os cobertores?
Ninguém lembrou desse detalhe, e a noite só conseguimos dormir graças a jornais doados por uma senhora.
Muitos cigarros e pouca comida.
Os sacos plásticos com maços de cigarros ultrapassou em muito os de comida. Acho que a turma esqueceu que cigarro não mata a fome. Só o fumante.
Sabonete, pasta de dente, o que é mesmo isso? Ah toalhas, tá bom!
Na próxima a gente lembra disso.
Armaram um para-quedas na copa de uma árvore muito alta que havia no local.
A noite, para espantar os mosquitos, queimaram bosta de boi, dentro da barraca. Deu certo, os mosquitos foram embora. Eles e nós. Porque ninguém conseguiu ficar lá dentro sem passar pela experiência da morte por asfixia.
Essa desorganização durou três dia. No último dia, tivemos que escolher entre o pão e as passagens de ônibus para voltar.
Quando chegamos na manhã de sexta-feira, tudo era alegria. Corre-corre para cair nas águas geladas do lago artificial que existia em Luziania. Na beira deste lago, montamos acampamento. Ninguém tinha carro nesta época, então o acampamento foi planejado para ficar perto de um bairro que tivesse tudo. Só que lá não havia nem bairro, muito menos tudo. Ao cair da tarde, é que fomos pensar em armar o para-quedas que serviu de barraca para todos. Éramos oito e até que deu para acomodar todo mundo. A noite, porém, tivemos que procurar jornais pelas redondezas pra gente poder dormir, por que ninguém aguentava o frio. Fizemos uma fogueira e passamos a primeira noite acordado. Lembro que fizeram café umas dez vezes nesta noite. O pó acabou.
11h Resolveram atravessar o lago a nado. Quase morri. Quando achei que estava raso, deixei que meus pés tocassem o fundo do lago. Era pura lama, e eu afundei nela. No desespero, sai juntando as últimas forças que me restavam, e desmaiei em solo firme.
Algumas meninas de Luziania apareceram no sábado. Elas me apelidaram de Tony Ramos.
Fizemos uma festinha com elas até o entardecer.
Esconderam os cigarros. O desespero caiu sobre os fumantes.
Depois de muita tortura, acharam os culpados.
A noite, já escaldados pela experiência do dia anterior, acendemos uma fogueira do lado de fora da barraca, ela espantava os mosquitos, e nos proporcionou uma noite melhor que a anterior. O frio já não era tanto graças aos jornais, que também tiveram outra serventia. Começava mais um dia. Sem café e sem pão. Preparam uma mistura de ovos com salsichsa que estava ruim demais para comer.
Sem dinheiro, resolvemos voltar ainda na manhã daquele domingo.
Marcaram uma reunião a tarde, para tratar do próximo acampamento.
Ninguém compareceu!
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Isso é muita disposição!!! Agora nem hotel com menos de três estrelas você topa, hein??!!!
ResponderExcluirBeijosss
Sorte a minha que era criança e não pude ir.
ResponderExcluirE vcs voltaram dizendo que foi o máximo.
Vê a mentira tarda mais não falha.
HUahuahuahu!
ResponderExcluirPQP tio!
Não é tão difícil assim!
Mas com certeza é o acampamento mais lembrado da sua vida...
Agora o post do tio biguinha foi tudo! Rsrs
Abçs
KKKKKKKKKKKKKKKK!!! Realmente o post do tio Bigas foi ótimo...
ResponderExcluirO que a gente não faz pra aparecer, né?!!! rsrsrsrs
Biga´s eu fui. Passei por todos esses contratempos e foi o melhor acampamento da minha vida. Passei por algo parecido em uma pescaria do Araguaia que em breve pretendo relatar.
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