quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Um cara muito doido

Alcides é um cara digamos assim muito louco.
Meu amigo Gomes contava cada história dele.

Eu resolvi contar para voces...

Quando comprou a chácara numa comunidade próxima a capital federal, onde passava os finais de semana, Alcides decidiu ser um naturalista metido a hyppie. Sua mulher pensava do mesmo jeito. Mostrava os peitos a toda hora na maior naturalidade.

Certo dia convidaram um amigo que era gerente de um banco aqui de Brasília, para um almoço informal na sua propriedade. Quando o gerente bateu na porta anunciando a sua chegada, foi recebido pela mulher do Alcides completamente nua. Ela, a filha e o doidão do Alcides. Todos peladados pra lá e pra cá.

Durante o almoço convenceram o gerente, e conseguiram a liberação de um empréstimo. Com o dinheiro ele fez um excelente investimento: Comprou um cavalo e uma carroça.
Até ai, tudo bem! Se não fosse por um pequeno detalhe. Com medo de ser roubado, ele trouxe o cavalo pra cidade.

Numa manhã de sábado, Alcides resolveu ir com a família para a sua propriedade rural. Advinha de que que eles foram... Exatamente. De carroça! Levaram quase o dia todo pra chegar na sua roça, atrapalharam o trânsito, e de quebra quase mataram o pangaré.

Seu pai era militar e morava numa área nobre da capital, e era nos gramados desta superquadra, que Alcides resolveu soltar o pangaré. O cavalo pastava a grama, destruía o jardim e tudo que fosse verde. Lá o animal fazia todo o tipo de "arte". Dizem até que o cavalo entrava vez em quando na portaria, e não demorou muito para um carro do exercito aparecer e tirar o animal de lá.

A outra do Alcides foi quando ele resolver que sua mulher deveria tirar carteira de habilitação. Motociclista. Ele se comprometeu a ensiná-la, e cumpriu direitinho a função de monitor. Era assim que ele fazia:
Mandava a mulher seguir ele no fusca. Era uma forma de proteger a esposa.
Só que um dia, o sinal fechou e ele freiou de vez... a pobre da Sra. Alcides deu uma pancada na traseira do fusca.. Foi moto para um lado e ela voando por cima do carro... Três costelas quebradas...

Alcides saiu no PDV (Plano de Demissão Voluntária) do banco onde trabalhava, para dedicar-se as atividades rurais e literárias. Sumiu e nunca mais ninguém soube dele.

No auge da loucura, ainda escreveu um livro no estilo do Paulo Coelho. Soube depois que ele conseguiu vender dez exemplares na noite de autografo.

Nada mal para um maluco que está apenas iniciando!



quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Parque Denner

Todo entardecer dou três voltas nas calçadas de piche do parque Denner. Agora que terminou o horário de verão ficou bem mais escuro. Mais escuro ainda por causa das negras nuvens que anunciavam um temporal. Nesta noite eu entrei pelo portão do parque, marquei o tempo e segui em passos firmes. De repente eu procurei o pessoal. Cadê a turma toda! Estava sozinho. Talvez pela mudança no horário, ou até mesmo por causa da chuva que se anunciava. Não havia mais ninguém além de mim. Mesmo assim eu insisti e continuei firme em meus passos largos. Passei pelo segundo portão, fiz a curva da lagoa e... dei uma olhada para o outro extremo. Vi um ponto negro no lado oposto ao que eu estava. Continuei andando. O ponto foi se aproximando e tomando forma. Uma forma morena e cheia de curvas. Deve ter sido o ponto mais lindo que já vi correr. De repente meus passos foram cansando e o ponto foi se aproximando até ficar a poucos metros de mim. Emparelhou, eu tentei falar alguma coisa... um ponto de exclamação talvez... mas só um ponto de interrogação.. Então o ponto levantou o braço esquerdo deu uma olhada, e começou a correr... Foi se distanciando e eu fui ficando para trás. Na terceira vez que passei em frente ao portão principal, quem marcou o tempo fui eu. Antes de sair ainda dei uma olhadela lá no final da pista... Lá estava o ponto tão distante.. Nem deu tempo de me apresentar...Não peguei o telefone... Foi tão rápido... Também nem me deu ponto! Mais lá estava o ponto... longe... No outro extremo. Apenas aquele ponto.
E ponto final.