quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Parque Denner

Todo entardecer dou três voltas nas calçadas de piche do parque Denner. Agora que terminou o horário de verão ficou bem mais escuro. Mais escuro ainda por causa das negras nuvens que anunciavam um temporal. Nesta noite eu entrei pelo portão do parque, marquei o tempo e segui em passos firmes. De repente eu procurei o pessoal. Cadê a turma toda! Estava sozinho. Talvez pela mudança no horário, ou até mesmo por causa da chuva que se anunciava. Não havia mais ninguém além de mim. Mesmo assim eu insisti e continuei firme em meus passos largos. Passei pelo segundo portão, fiz a curva da lagoa e... dei uma olhada para o outro extremo. Vi um ponto negro no lado oposto ao que eu estava. Continuei andando. O ponto foi se aproximando e tomando forma. Uma forma morena e cheia de curvas. Deve ter sido o ponto mais lindo que já vi correr. De repente meus passos foram cansando e o ponto foi se aproximando até ficar a poucos metros de mim. Emparelhou, eu tentei falar alguma coisa... um ponto de exclamação talvez... mas só um ponto de interrogação.. Então o ponto levantou o braço esquerdo deu uma olhada, e começou a correr... Foi se distanciando e eu fui ficando para trás. Na terceira vez que passei em frente ao portão principal, quem marcou o tempo fui eu. Antes de sair ainda dei uma olhadela lá no final da pista... Lá estava o ponto tão distante.. Nem deu tempo de me apresentar...Não peguei o telefone... Foi tão rápido... Também nem me deu ponto! Mais lá estava o ponto... longe... No outro extremo. Apenas aquele ponto.
E ponto final.

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