terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Nadar

Então eu lancei meu olhar além da escotilha fosca. Deslizei minhas mãos ásperas sobre a sua superfície lisa e fria, para desembaça-la. Meus dedos desenhavam linhas tortas sem nenhum sentido. Era por estas linhas que eu podia ver o nada! Lá longe... bem distante... Nada que pudesse me interessar.. Nada que eu pudesse sentir... Nada que eu pudesse fazer! Apenas fiquei ali parado.. Admirando... Nada.
Então, quando a segunda onda atingiu a embarcação dividindo-a ao meio fazendo-me cair no precipício das águas revoltas, compreendí.
Nada!!! Nada!!! Nada!!!

Um comentário:

  1. Gulla, você está se arriscando cada dia mais!!! Gostei muito! Super fotográfica a narrativa.
    Beijoss

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