sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Histórias contadas às margens de um córrego!


Algumas vezes nos reunimos às margens de um córrego que corria manso atrás da chácara do Lalá. Levávamos as nossas varinhas de bambu mesmo sabendo que no tal córrego, nenhum peixe de expressão iríamos pescar. Só algumas pequenas piabas.
A garrafa de Velho Barreiro era aberta, e João Preto começava a contar os casos vividos por ele nas cidades interioranas quando biscatiava pelos sertões de Minas Gerais.
Este era o nosso peixe!
Às vezes em noites chuvosas e escuras, ou em outras iluminadas pelo luar, as histórias contadas por este preto de pele, e branco de alma começava a nos encantar. A riqueza dos detalhes e o brilho no olhar, já era o suficiente pra fazer a gente acreditar.
Contava das fotos que tirava com uma máquina polaroide, e de quadros que vendia para donas de casa, e que muitas vezes trocava suas mercadorias por um jantar.

Esse mundo! Esse mundo! É verdade! É verdade!

Era assim que gostava de se expressar.

João Preto era o mestre de obras do Vale das Andorinhas. Foi ele que construiu a residência dos meus pais. A nossa casa de campo.
Quem tiver histórias do finado João, por favor relate nos comentários desta postagem.

4 comentários:

  1. João do sorriso aberto, sincero... tantas vezes passava na chácara só para trazer as fofocas para papai. João e Celina, duas grandes pessoas que partiram tão cedo.

    ResponderExcluir
  2. Eu lembro pouco do Tião. Na minha cabeça, ele parecia com o Mussum. Por isso não posso dizer que não gosto dele...
    hehehe...
    Eu não tenho histórias dele, mas tenho certeza de que ele era um grande sujeito!

    ResponderExcluir
  3. Nem me fala, que casal sofrido e mesmo assim tão alegres e confiantes... É assim mesmo, a vida vai colhendo as pessoas especiais e nós ficamos com as lembranças...

    ResponderExcluir
  4. O João Preto era uma graça. Foi contar suas histórias no céu. O engraçado era quando fisgava um peixe e falava "tirei o dedo".



    As histórias das vendas de quadro eu relatei no meu primeiro livro ESPELHOS. Para os leitores o melhor conto do livro.

    Porém antes do Arquiteto, engenheiro e pedreiro João Preto, não se pode esquecer do Jacó. Ele vivia um conflito permanente entre beber, ficar valente ou abster da branquinha e se transformar numa espécie de Pastor evangélico.

    Esse mundo, esse mundo...Que dia é hoje...era sempre assim que o João Preto começava suas histórias.

    ResponderExcluir