sábado, 17 de julho de 2010

Fazenda em Santos Dumunt

Ainda era de madrugada quando papai nos acordou.
O frio que fazia nessa manhã era de doer os ossos, mas mesmo assim, saímos de casa todos muito contentes, afinal, estávamos indo passar um final de semana numa fazenda de verdade, destas que tem plantações e vacas. Ficamos colados uns nos outros para poder suportar o frio que fazia na estação. Só melhorou um pouquinho quando entramos no vagão quente da litorina, o trem prateado que nos levaria até Santos Dumont. Esta cidade é vizinha de Juiz de Fora, e levava aproximadamente duas horas de trem para chegar la. O dono desta fazenda era de um amigo que papai tinha na cidade. Há muito ele vinha nos convidando para conhecer a sua propriedade, neste dia papai resolveu ir e nos levar.
Enquanto o trem deslizava sobre os trilhos, podiámos observar a paisagem maravilhosa que os primeiros raios de sol nos proporcionava. A mata e os rios que cruzavam o nosso caminho, brilhavam como se tivessem luz própria. Quando chegamos na estação de Santos Dumont um senhor já nos aguardava. Ele encheu a velha Rural Willys azul e branca, e saímos pulando pela estrada de barro batido, cheia de ladeiras e curvas, jogando cascalho pra todos os lados até finalmente, depois de tantas porteiras, chegar a tal fazenda. A sede ficava encravada entre os morros verdes com enormes pedras que dava a impressão que cairiam em nossas cabeças a qualquer momento. Chegamos quase na hora do almoço, então ficamos por ali até que a mesa fosse servida. Começou uma chuva torrencial. Depois os adultos fizeram a tradicional siesta e nós brincamos na varanda da casa até a chuva parar. Não deu para conhecer um pouco da fazenda ainda naquela tarde pois a chuva não deu trégua. Neste dia o que fizemos mesmo foi brincar dentro da casa. Uma algazarra sem fim. Os anfitriões eram de paz, e suportaram numa boa a nossa bagunça. Nunca vi um pessoal tão tranquilo com crianças.
Na manhã seguinte o sol apareceu. Um senhor com uma carroça puxada por um velho pangaré veio nos buscar. Até que o cavalo deu conta do recado, pois devia ter umas seis crianças em cima dela. Saímos pelas estradas de terra subindo e descendo até que chegamos a um local onde ficava um enorme galpão. Tinha umas pessoas lá dentro queimando goiaba numa panela de ferro imensa. Eles faziam doce em produção comercial, e todos foram presenteados com pedaços generosos desta iguaria. Novamente na carroça, seguimos até o curral que ficava adiante. O cheiro da terra molhada se misturava com o de bosta de gado, e isso dava aquele autêntico aroma, se é que podemos chamar assim, de clima rural. Um almoço típico de fazenda. Arroz, feijão preto e carne de porco foi o cardápio deste dia. Até as quatro horas da tarde ainda estávamos curtindo este final de semana maravilhoso. Tempo limite para nossa partida. Fizemos o caminho de volta exatamente da mesma forma, estação, trem, frio e por fim em casa, cansados e felizes da vida. Ainda bem que tenho essa lembrança. Não gostaria de esquecer nunca este lugar!

2 comentários:

  1. Esse aroma aí eu conheço beeem... rsrs

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  2. Poxaaaa tio... eu fico lendo isso e imaginando a bagunça... os meus tios e tias todos na maior alegria... Bommm demais!!!
    Agora já temos o nosso sitiozinho com cheiro de "clima rural"... só falta a panela pra fazer os doces... mas tem queijo, serve???? rsrsrsrs

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